Em Gênesis 29:31-35 e 30:1-26 acompanhamos a rixa entre duas irmãs, Lia e Raquel.
Você deve se lembrar que Jacó era apaixonado por Raquel, filha de seu tio Labão, e trabalhou durante sete anos para se casar com ela, porém, no dia do casamento, seu tio o enganou e entregou a outra filha, Lia, para se casar com ele. Jacó só percebeu que foi enganado quando era tarde demais e já havia consumado o casamento, e só conseguiu se casar com a mulher que amava, depois de prometer trabalhar mais sete anos.
Vendo Deus que Lia era desprezada por Jacó, permitiu que ela tivesse muitos filhos, ao passo que Raquel era estéril.
Eu aprendo uma lição valiosa com essas duas irmãs.
As duas desejavam algo que não tinham, Raquel queria filhos e Lia queria o amor de seu marido.
No entanto, Raquel tinha o amor de Jacó e isso não era suficiente, e Lia tinha filhos, mas isso não era suficiente.
Os significados dos nomes que Lia deu aos seus filhos representava seu verdadeiro desejo:
Rúben: "o Senhor atendeu a minha aflição, e agora o meu marido me amará";Simeão: "o Senhor ouviu que eu era deixada para trás, e me deu outro filho";
Levi: "desta vez o meu marido se unirá a mim, porque lhe dei três filhos";
Judá: agora louvarei ao Senhor.
Até então o desejo de Lia era atrair o amor de seu marido, mas em seu quarto filho ela decidiu dedicar adoração à Deus. Nesse momento vemos Lia se alegrando e se contentando com tamanhas bênçãos, afinal, ser mãe naquela cultura era a coisa mais importante que uma mulher deveria fazer, e Lia já tinha quatro filhos, diante da sociedade ela era uma mulher abençoada e honrada, e ao perceber isso, ela se voltou para Deus.
Por ter um coração agradecido, ela parou de engravidar, Lia havia encontrado o verdadeiro contentamento. Infelizmente, esse contentamento não durou muito tempo, após sua irmã encontrar uma forma de ter filhos por meio de uma serva, Lia fez o mesmo e voltou a competir pelo seu marido.
Deus permitiu que ela engravidasse novamente:
Issacar: "Deus me recompensou porque dei minha serva ao meu marido";Zebulom: "desta vez meu marido me honrará e ficará comigo";
E ela também teve uma filha chamada Diná.
Vemos novamente uma Lia que se esqueceu de suas bênçãos e buscou desesperadamente por algo que ela não tinha.
Ao mesmo tempo acompanhamos a trajetória de Raquel que por anos desejou ter filhos a ponto de discutir com seu marido por não conseguir engravidar (Gn. 30:1 e 2).
Ela tinha algo que era muito raro naquela cultura, o amor de seu marido, mas não soube valorizar isso, pois seus olhos estavam em seu desejo de ser mãe.
As duas, por fim, conseguiram o que desejavam, mas não foi como elas esperavam.
Lia foi honrada em sua morte ao ser enterrada perto da família de seu marido e onde um dia Jacó seria enterrado também, mostrando assim que no final de sua vida havia conquistado a afeição de seu esposo, enquanto que a amada Raquel foi enterrada no meio do caminho (Gn. 35:19).
Raquel por sua vez, teve dois filhos, mas não suportou o segundo parto e morreu dando à luz a Benjamim.
Duas mulheres, dois desejos.
Elas eram abençoadas, mas não souberam valorizar o que tinham porque estavam focadas demais naquilo que não possuíam.
Trouxe essa história porque nós costumamos cometer o mesmo erro, deixamos de valorizar as bênçãos que já temos enquanto focamos nossa atenção e força no que desejamos, com isso vem a insatisfação e a ingratidão que roubam toda a alegria e a cor da vida.
Seja diferente. Aprenda a apreciar o que você já tem, seja agradecido(a), pois, se não mudar suas atitudes, poderá acabar como elas, conquistando o que tanto deseja, mas não da forma como gostaria, tornando o sonho numa grande frustração.
Siga seus sonhos, mas faça isso agradecido (a) das bênçãos que já possui.
